quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eu não tenho um TÍTULO

Certas pessoas recebem títulos. Certos textos não...
É mais ou menos assim que funciona. Algumas pessoas julgam que tal pessoa é mais importante que as outras e lhes dão um título, um "nome" antes do nome.

Ex: Doutor Fulano de Tal, Vossa Excelencia Senhor-Deputado-Ladrão-Bigodudo (Nesse caso o pronome de tratamento foi "elevado" a título) ou até mesmo Coronel-Deputado Grileiro-Explorador-e-Latifundiário (Um Título de verdade e mais adequado)

Existem várias escalas para títulos que uma pessoa pode ter, vão desde "Estudante" e "Operário" a "Coronel" e "Duque". Nos dois primeiros casos há uma tentativa clara de "nobreficar" funções tidas como comuns pelo simples fato de ser um "pré-nome" ou título.

Essa nobreza forjada existe para diferencias pessoas. Porém o melhor títulos já nos é dado (ao menos deveria ser!) quando nascemos. Somos cidadãos. Poucos lembram e levam isso em consideração! É um título em tanto. Sem ele ninguém poderia ter nenhum dos outros títulos anteriormente citado. É ele que nos garante por exemplo o direito a ter um nome - antes mesmo de ter um título.

O título cidadão é por vezes esquecido e injustiçado em benemérito a títulos forjados por uma pequena parcela dominante da sociedade. O títulos de cidadão nos é legado pela própria sociedade, mas por vezes temos que lutar por ele (ao contrário de um Duque por exemplo que já o herda de família) daí vem a real nobreza de ser cidadão. A constante luta para se manter no "posto".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Parte de um relato de um sobrevivente da bomba atomica + um poema sobre o mesmo:

“Encontrei uma fila infindável de refugiados, todos sem qualquer peça de roupa no corpo e a pele do rosto, dos braços e do peito fora arrancada e estava pendurada e, contudo, eles não tinham qualquer expressão. Fugiam em silencio profundo. Achei que era uma procissão de fantasmas.”

Procissão de Fantasmas

A dor era tanta, tamanha dor
Que era impossível expressar
Mesmo que fosse
Eu não tinha mais cara
Minha expressão era vazia
Tamanha era a agonia
Levaram-me
A pele
A carne
Assim como meus sentimentos
Que agora não mais podia demonstrar
Do olho quase cego, lágrima e sangue
Desciam-me à face misturando-se em meu peito nu
Não sabia se era pior ouvir o zumbido ensurdecedor
Ainda ecoando em meus ouvidos
Ou o pranto seco,fraco e abafado de tantos outros
Fantasmas como eu.